segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ALEXANDRE GURGEL

São Gonçalo do Amarante, Terra de Mártires


Localizada na chamada Grande Natal, o município de São Gonçalo do Amarante está a 18 quilômetro da capital, tendo uma área de 261 quilômetros quadrados, onde residem na atualidade, cerca de 60 mil pessoas.



Entre ao marcos históricos que exercem atração turística na cidade está a Igreja Matriz, construída em 1882, contando com dois altares de madeira feitos em estilo barroco e a Capela dos Mártires de Uruaçu, erguida no mesmo local em que foram mortos pelos holandeses, os habitantes pioneiros, que defendiam seus princípios de fé e liberdade.



No início do século XVII, tinha início a história de um povoado situado nas proximidades do rio Potengi. Segundo registros da história, o Engenho Potengi pertencia a Estevão Machado de Miranda, cuja família, bem como os habitantes dos arredores, por manterem uma postura firme aos ataques do holandeses, foram vítimas de um massacre. Os invasores queriam impor um domínio militar, cultural e religioso. Os habitantes não aceitaram as imposições e uma tragédia que vitimou a comunidade entrou para a história como o Massacre de Uruaçu.



No ano de 1698, os holandeses afastaram-se do povoado e começaram a chegar os primeiros grupos de pioneiros exploradores, vindos de Pernambuco. Entre eles, os portugueses Ambrósio Miguel de Sirinhaém e Pascoal Gomes de Lima, que chegaram ao povoado no ano de 1710 e instalaram suas famílias nas proximidades do rio potengi, na vizinhança do antigo e histórico Engenho Potengi. O engenho permitiu a organização do novo povoamento. Foram esses portugueses que construíram dois sobrados e uma capela em homenagem a São Gonçalo do Amarante, com a imagem do santo padroeiro esculpida em pedra e colocada imponentemente no altar.



Estava consolidado o povoado de São Gonçalo do Amarante, que em 1833 dava início a uma luta pela sua autonomia política. Nessa época, por deliberação do Conselho da Província, São Gonçalo do Amarante foi denominada vila desmembrada de Natal, tornando-se município.



“Foi um dos maiores municípios do Rio Grande do Norte, possuindo zonas para todas as produções, inclusive salinas e pescas. Alcançava Santa Cruz às praias da Redinha de Dentro, compreendendo toda a margem esquerda do Rio Potengi”, escreveu o historiador Luís da Câmara Cascudo sobre o município, no livro Nomes da Terra (edição Sebo Vermelho).



Uma epidemia de cólera dizimou quase toda a população, fazendo retornar à condição de povoado, voltando a pertencer a Natal. Continuou a luta pela autonomia política e em 3 de agosto de 1874, o povoado voltou a ser o município de São Gonçalo do Amarante. Após cinco anos, perdeu mais uma vez a sua autonomia e voltou a ser povoado, pertencendo, dessa vez, a Macaíba com o nome de Felipe Camarão. Quinze anos depois, em 11 de dezembro de 1958, desmembrou-se de Macaíba e se tornou definitivamente o município de São Gonçalo do Amarante.



A economia do município é representada pela força de seu parque industrial, pelo comércio, pela pecuária e pela grande quantidade de lavouras espalhadas por todo o território. Seu artesanato pela fabricação de louças de cerâmica, talhas de madeiras, objetos de cipó e as famosas bruxas de pano.



As comemorações em homenagem ao padroeiro do município, São Gonçalo do Amarante, acontecem no dia 28 de janeiro, com realização de vários atos litúrgicos e de muito festejos populares. (AG

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